
As revoluções femininas sempre foram de grande valia para a história do mundo. O direito à cidadania, conhecimento, a conquista do voto e o trabalho fora de casa, abriram diversos espaços. O uso da calça jeans foi um deles.
Até o final do século XIX, a calça era uma vestimenta tradicionalmente masculina. A calça jeans, elemento obrigatório no guarda roupa masculino, tem sua história baseada na evolução do trabalho e revoluções masculinas.
Mas e as Mulheres?
O primeiro uso de calça por mulheres foi no período de revolução industrial. Como elas ocupavam cargos de operárias, usavam a peça pela praticidade e durabilidade do material.
Mas a sociedade não via com bons olhos o uso de calças para o público feminino com maior poder aquisitivo. Como, geralmente, eram utilizadas por trabalhadoras braçais, a peça foi considerada grotesca e popularesca, evitada pelas senhoras da “sociedade”.
Coco Chanel
Neste sentido, uma personagem fundamental na história da revolução das calças para mulheres é a francesa Gabriele Bonheur Chanel, vulgarmente conhecida como Coco Chanel.
Com o passar do tempo, Coco fez importantes contribuições para a moda e ditou tendências até hoje consagradas por inúmeros estilistas.
Chanel iniciou sua carreira pelos chapéus, abriu uma loja no centro de Paris especializada no produto. Logo, sua marca ocupou a cabeça de inúmeras e importantes damas da sociedade parisiense.
A moda de Chanel não parou por ai, ela foi a responsável pela reconfiguração de peças femininas clássicas, como remover o espartilho dos vestidos femininos, libertando as mulheres da cintura marcada.
As roupas femininas também encurtaram. Pela primeira vez na história os vestidos mostraram os tornozelos e um pouco da panturrilha.
O corte de cabelo curto, imortalizado como Chanel, atualmente usado para dar um ar de elegância e sofisticação, também foi uma das inovações da estilista.
Outras contribuições de Chanel para a moda e estilo
– Bronzeamento
Em uma viagem, Coco voltou com a pele bronzeada, incentivando as mulheres da época a fazerem o mesmo (até então, o bronzeamento era visto como feio, por ser típico de mulheres que trabalhavam sob o sol).
– Bijuteria
O uso de pérolas falsas, foi uma das suas tendências também.
– Leveza ao vestuário
Uso de tecidos leves e vestidos soltos no corpo da mulher.
– Pretinho básico
Graças a Chanel, o preto deixou de ser uma peça exclusiva de empregadas e passou a ser usada na alta costura.
Mas e a Calça?
Em meio a tantas tendências criadas, a Estilista escandalizou bares e cafés visitados pela alta classe de Paris com uso de uma peça masculina, a calça.
O modelo usado pela estilista era de uma linhagem reta, com bolsos na frente e abertura nas pernas. O espanto passou rápido e a roupa logo foi copiada por outras mulheres.
No Brasil da década de 1979, mulheres que compunham o movimento pós modernista, influenciado pela Europa e Eua, dispersaram no país o uso da peça.
Mídia pautou com ironia as primeiras peças em nosso território, mas não intimidou o movimento que transformou a indústria e a movimento feminino.
Hoje as mulheres dificilmente conseguem se imaginar sem MUITAS calças no guarda-roupas, elaboradas com diferentes tecidos e variados modelos.